Falando ontem com um amigo sobre
a noite europeia, disse que achava que o Shaktar é aquilo que o Sporting
poderia ser. Com as devidas diferenças, claro. O clube ucraniano tem presença
regular na Liga dos Campeões onde até faz boa figura; divide o domínio interno
com o Dínamo de Kiev; tem um plantel equilibrado com jogadores da casa e
estrangeiros de qualidade e tem o seu bonito estádio quase sempre cheio. Estas
quatro vertentes fazem-me invejar o clube de leste. A esta altura do texto, haverá
que, de imediato, me diga que o Sporting não pode ser assim porque não tem o
mesmo dinheiro que os ucranianos. Certo mas o Sporting tem mais nome (ainda),
uma história mais gloriosa e está sedeado em Lisboa. Com dinheiro, qualquer pessoa
é feliz em Lisboa, uma cidade calma e solarenga. Estes fatores são importantes
porque os jogadores vêm para jogar mas procuram também cidades onde eles e suas
famílias se sintam bem. Não sou lírico ao ponto de achar que isso é tudo senão Eto´o
poderia estar no Benfica e Willian no Sporting. Não será tudo mas será muito.
Só com dinheiro, poderá o
Sporting atrair os maiores craques. E dinheiro só haverá daqui a alguns anos.
Num exercício de fantasia, se não tivéssemos gasto tanto dinheiro em falsos
craques poderíamos agora patrocinar a estreia de Damião ou Ganso na Europa. Falando
a mesma língua, poderiam melhor adaptar-se ao futebol europeu antes de outros
voos, naturais, deixando lucro e alguma glória desportiva. De 30 jogadores, 15 são ucranianos.
A comunidade brasileira, que tanto tem ajudado no crescimento do clube conta já
com 9 elementos desde que Ismaily, ex-Braga e Olhanense, aterrou no leste
europeu. Depois da saída de Willian para o Anzhi, o destaque vai para Taison. Mas,
Luiz Adriano, Douglas Costa ou Alex Teixeira são jogadores de grande classe. A
Donbass Arena, com capacidade para mais de 50 mil pessoas, regista boas casas e
vê bom futebol.
Posto isto, acredito que, com
jovens de classe como Dier, Zezinho, Bruma ou Esgaio, juntamente com jogadores
mais experientes como Cédric, Adrien, Santos e Martins e alguns reforços de
qualidade inegável, o Sporting pode tornar-se, ele mesmo, um exemplo a seguir
com participações regulares na Champions (basta ir ficando em terceiro);
lutando pelo título, tendo um plantel e equilibrado e enchendo amiúde Alvalade.
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